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PARA OUVIR (E NÃO VER)
13/01/2022
PARA OUVIR (E NÃO VER)

A discussão aparece em grande parte dos projetos, às vezes opondo instalador e arquiteto: onde colocar as caixas acústicas?

O dono (ou a dona) da casa sempre quer um som de “ótima qualidade”, mas sem atrapalhar a decoração. Não por acaso, caixas de teto vem sendo cada vez mais utilizadas.

Mais há uma soluçlão ainda mais radical: e se as caixas simplesmente desaparecerem no ambiente? Até pouco tempo atrás, isso significava comprometer a nitidez do áudio; no caso dos filmes, era a receitra certa para “abafar” os efeitos sonoros, perdendo a sensação de envolvimento.

Hoje, as caixas acústicas invisíveis alcançaram uma padrão de qualidade que, se não igualam as caixas convencionais (isso é fisicamente impossível), conseguem preencher o ambiente com som agradável e bem definido. Alguns fabricantes vêm se especializando nesse tipo de solução, com novas técnicas de construção das caixas, agora instaladas literalmente dentro das paredes.

Também chamadas architectural, já que se incorporam à arquitetura da casa, as caixas invisíveis tem perfil mais fino que as convencionais e geralmente utilizam componentes mais compactos. São inseridas em nichos recortados na parede ou no teto, de forma que a sua parte frontal fique no mesmo nível da superfície, que é então revstida com papel de parede ou tecido especial e pintada na mesma cor.

Outra opção é escondê-las atrás de objetos como quadros, vasos ou arandelas utilizando material acusticamente transparente. Existem no mercado acessório de iluminação smart que combinam luzes de led com alto-falantes discretos, visando o mesmo resultado: que as caixas desapareçam do ambiente.

Seja como for, esse é um trabalho para instaladores altamente especializados, bem mais complexos do que instalar caixas acústicas comuns. Caixas invisíveis podem ser espalhadas por vários espaços da residência, desde que se verifique antes a estrutura da casa ou apartamento.

Se as paredes são estreitas ou feitas de concreto, por exemplo, é preciso fazer testes e medições para saber se a instalação não causará problemas à construção. Não custa lembrar que, ao contrário de uma caixa convencional, quando se embute algo na parede não será possível trocá-la de lugar. Por isso, é fundamental calcular bem as distências entre as caixas re a área de audição (sofá). No caso de um home theater, com cinco ou mais caixas no ambiente, esses cuidados devem ser redobrados.

Caixas acústicas invisíveis possuem algumas características específicas, como o alto índice de dispersão sonora. A americana Sonance, uma das lideres mundiais nesse segmento, especifica sua linha IS em 170º, quando a maioria das caixas raramente passam de 80º.

Essa podem ser uma vantagem nos canais surround de um sistema de home theater, por exemplo. Significa que a caixa consegue emitir os sons para uma área mais ampla da sala, embora sem a mesma diretividade de uma torre ou bookshelf.

Outro aspecto técnico importante para quem pensa ter em casa esse tipo de caixas é a sua baixa sensibilidade, na faixa entre 84 e 87 dB. Para obter bons níveis de volume sonoro numa sala de 25m², é necessário ligá-las a amplificadores ou receivers de potência acima de 60W por canal.

Um projeto com caixas invisíveis deve prever também o uso de um ou dois subwoofers, já que essas caixas – como quase todas as de embutir – não dão conta de graves volumosos. Pode-se optar por subs convencionais ou de embutir, categoria que também vem se popularizando no mercado.

Fonte: Revista Home Theater & Casa Digital